3 de janeiro de 2020

O que aprendi nesses 24 anos de estudo

Aprendi coisas de vários tipos nesses 24 anos consecutivos de estudo, algumas não vou lembrar, mas vamos ao autochoque consciente.

1 - Uma parte dos estudos desde o ensino médio é sim sobre ganhar. Ter notas boas é uma delícia. É sobre ter orgulho de si próprio, autoamor, sabe? De saber que pessoas mais experientes estão te avaliando pelo o que elas querem que você saiba.

Isso na utopia, claro, porque

2 - Vários professores tem pouquíssima ideia e experiência sobre como trabalhar com pessoas. Às vezes nem é por mal e pode ser acompanhado por uma boa intenção. Mas isso é visível, me incomoda e mexe com os alunos e com o ambiente escolar.

Até porque

3 - O conhecimento é bom, é divertido! Desperta curiosidade, interesse, criatividade, novas relações entre conhecimentos de mundo. É um update mental. E por isso deve receber a maior parte de nossa atenção. Facilitadores desses objetivos são muito bem-vindos.

4 - Passar em uma matéria é muito mais gostoso se você absorveu o máximo que você podia daquele conhecimento. Se dispendeu atenção a explorar novos horizontes, se conseguiu aplicar no mundo real - principalmente se estiver ajudando alguém.

Então o foco já não é passar em matérias, mas sim aprender e ter consciência dos aprendizados.

5 - E pra acontecer isso, é preciso fazer um pouco todos os dias. Uma hora bem estudada é muito valiosa, meia hora também. É tudo sobre alocação de atenção.

6 - Organizar a partir do pensamento de "o que eu quero/tenho que aprender hoje" em vez de "Até quando tenho pra aprender" parece não funcionar pra mim. Sou guiado pelo medo de não conseguir ou uma vontade grande de querer fazer bem feito quando chegar no final.

7 - Ainda não consegui internalizar que isso não tem final. Tudo está relacionado e está caminhando para um mesmo lugar que não sei qual é. Estamos sempre acumulando conhecimentos e experiências, a todo momento.

Porém,

8- De vez em quando me esqueço disso e foco na minha aparência e em como os outros me veem. Fico com o celular na mão a todo instante para manter contato com o que as pessoas pensam, como elas olham o mundo e como elas me olham. E o foco vai ficando nisso, direciono toda minha aquisição de conhecimento para isso por alguns instantes demorados.

Isso me faz pensar que:

9 - Não preciso, necessariamente, atingir um objetivo final pois, a cada momento, aumento em conhecimento e minhas convicções mudam, seguindo novos padrões.

O que devo pensar é:

10 - Tenho que chegar a algum lugar, sabendo que provavelmente vou sair dele depois de um tempo, mas sei que vou chegar. E quando eu chegar, mais capacitado vou estar para chegar em outros lugares.

E, para isso, tenho que:

11 - Honrar a sabedoria, a inteligência, o entendimento e o conhecimento. Começando pelo conhecimento, que é o conhecimento das partes e atingindo o entendimento das relações entre as partes no todo. A inteligência vem depois, relacionando partes com todo, todo com partes, todo com todo e partes com partes até atingir a sabedoria, que é a prática da inteligência do entendimentos do conhecimentos.

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