Planejei a minha vida desde o ensino médio, diversas vezes. Não consigo contar porque foram muitas mesmo. Talvez em algum aspecto, isso tenha me dado alguma prudência, um caminho, ainda que ele seja bastante vago.
A verdade é que deixei de gostar das coisas que antes eram ótimas, mas agora nem tanto. Posso atribuir diversos motivos para isso: influência das críticas verbais e não verbais e definitivamente não construtivas de quem estava por perto, medo de não corresponder às expectativas, vontade de agradar outras pessoas, o fato de eu ouvir, ver, gostar, presenciar e pesquisar diferentes coisas e ficar confuso de qual dessas "é a melhor" em duas definições: menos pessoas a julgar mal e mais pessoas a julgar bem .
Esses motivos fazem sentido em várias dimensões, mas um motivo principal que me levou a perder o interesse nas coisas que eu gosto/gostava é o fato de eu querer limitar meu futuro, e quando digo limitar quero dizer estabelecer qual, como e quando cada coisa vai acontecer. Tenho me cobrado muito em ser O MELHOR em coisas que eu gosto, mas vejo que isso leva tempo, e por não dar tempo ao tempo, me sinto triste e desmotivado a fazer qualquer coisa, a ponto de não gostar mais de fazer o que gosto.(que)
Eu ainda sou muito jovem e inexperiente pra saber como a vida, as pessoas e o mundo vão ser daqui a 5, 10, 20, 40 anos. Posso tentar imaginar e acho até saudável isso, mas há muitas coisas no meio do caminho que ainda não consigo prever. Algo como o que eu vou gostar, as experiências que vou ter passado e como elas vão mudar meu jeito de enxergar a vida.
Lembro que antes de ir à China, estava conseguindo seguir meu plano(que tinha feito até 2024, haha), mas as experiências que vivi nesse intercâmbio conseguiram mudar o que eu queria, o que valia pena "gastar a vida" fazendo, entre outros.
Agora, tomo uma decisão meio irônica: decido que não decido mais nada.
Mas não tomo essa decisão baseada só nas minhas poucas experiências de vida, esse texto me auxiliou bastante:
Então, já que tudo depende do tempo e do acaso, se eu quiser me envolver em algo, em alguma área ou fazer qualquer outra coisa, tenho que "estar pronto" para isso.Voltei-me, e vi debaixo do sol que não é dos ligeiros a carreira, nem dos fortes a batalha, nem tampouco dos sábios o pão, nem tampouco dos prudentes as riquezas, nem tampouco dos entendidos o favor, mas que o tempo e a oportunidade ocorrem a todos(ou tudo depende do tempo e do acaso).
Exemplo bastante hipotético: se quiser ser reconhecido ou ser selecionado pelo meu talento em jogar futebol, se eu der o meu melhor em me preparar as oportunidades só tendem a crescer.