Pensei que
fosse como viver na China, todos perto, dinheiro, que vinha do meu próprio
mérito, esbanjando a toda hora, coisas essenciais sempre por perto e, o mais
importante: baratas.
Muitas
coisas novas, comidas novas pra conhecer, acessibilidade em qualquer lugar, o
gostoso de falar outra língua e ser estrangeiro. Amigos na mesma situação
sempre por perto pra resolver os problemas juntos.
Poder andar
seguro por qualquer parte, em qualquer horário, em qualquer parte do ano.
Mas aqui
não, aqui é tudo monótono...
Aqui não há
amigos que tem a mesma relação nova com esse novo lugar, por ser o mesmo país, talvez. Não há comidas novas,
há no máximo palavras e gírias novas que aprendo. Aqui todo mundo compreende o
que eu falo, mas não me entende. Compartilhamos a mesma cultura, mas é cada um
por si. Problemas da nação que afetam diretamente a todo mundo.
Aqui tenho
que me preocupar com o dinheiro, que não vem do meu próprio bolso, ao
contrário, meus pais se esforçam muito pra me manter aqui...
E estou
começando a ter esse sentimento sombrio e pessimista de que isso é que é a
vida.
Essa coisa
bagunçada, sem sentido, na qual todos estão por perto, mas não juntos.
Até
imaginei que fosse assim, mas não sabia que iria me desapontar comigo mesmo a
esse ponto.
Pensei que
fosse continuar sendo o Vitor Otimista 100% do tempo e que a estabilidade era
algo fácil de se alcançar. Não está difícil, pois tenho tudo que preciso, mas
não pensei que seria tão complexo e demandar tanta energia assim.
A todo momento algo tende a puxar pra baixo, sugar energias... e talvez seja assim mesmo. Pra nos informar que estamos fazendo tudo errado.
A todo momento algo tende a puxar pra baixo, sugar energias... e talvez seja assim mesmo. Pra nos informar que estamos fazendo tudo errado.
Ao mesmo
tempo que me sinto bem, pois sei que estou no caminho que sempre quis e para
alcançar coisas boas, me perco em mim mesmo, com tanta coisa estranha
acontecendo. Nada anormal, só novo pra mim.
Estou
descobrindo aos poucos e sozinho que ser/estar sozinho n é a melhor maneira de
se viver. Não que eu me arrependa de morar sozinho, até porque imagino que se
estivesse morando com mais pessoas não seria tão diferente. Na verdade, seria
ainda mais difícil. Mas viver com outros faz você ser parte de um sistema menor
que, por sua vez, está incluso em outro sistema um pouco maior, e assim vai...
crescendo em cascata.