30 de março de 2019

A pessoa que quero ser

A maioria dos meus planos envolvem resultados, metas e quase nunca levam em conta a pessoa que eu quero ser, em vez disso, penso onde quero chegar, o que quero estar fazendo, e o que vou ter atingido.

Isso cega.
É egoísta comigo mesmo.
É frio.


Pra chegar em algum lugar e atingir objetivos tenho que ser de um jeito, sentir , assimilar e aprender a lidar com as coisas, chegar em conclusões ou buscar respostas, apreciar, gostar, desgostar, falar, ouvir: ser. E ser alguma coisa depende da maneira que se pensa e que se julga.

O que define a pessoa que eu quero ser não depende de planejamentos para o futuro.
A pessoa que eu quero ser, eu tenho que ser agora.

Por isso, definir metas e a maneira de atingir algo deve vir sempre acompanhada com a mudança do ser. Do contrário, tudo se perde nas memórias e mesmo atingindo os resultados esperados, vai rolar um sentimento de que nada foi atingido.

Se meu objetivo é tirar notas boas e aprender as coisas, tenho que estudar. Ou seja, tenho que ser estudioso, ser responsável com datas e horários de estudo,  ser presente nas aulas, ser interessado, ser esforçado e mais outras coisas.

Só que há um conflito na minha mente, uma limitação que não abro mão, algo que se não estiver acontecendo não vai estar tudo certo.

O eu de hoje tem o objetivo de fazer aquilo que gosta e gostar daquilo que faz, o que é bem genérico e abrange muitas coisas. E para isso, preciso ser feliz fazendo o que faço, ser apaixonado pelo que faço, ser sábio pra associar isso com as dificuldades da vida e ser inteligente para escolher o que faço para garantir a sobrevivência e gostar dessa escolha.

Com isso, adiciona-se um verbo e uma preposição antes do "ser": gostar de.
Então, para atingir uma meta, tenho que gostar de ser e ser tudo o que essa meta demande que eu seja.

Assim, eu tenho a ideia do que eu quero ser, e se eu tenho isso, não preciso esperar pelo futuro:

A pessoa que eu quero ser, eu tenho que ser agora.

Para começar isso, tenho que saber separar o que era o eu de antes do eu que eu quero ser, identificando as diferenças e semelhanças, os gostos e as necessidades conflitantes, as vontades e a preguiça conflitantes, os vícios e os hábitos conflitantes. E assim, fazer de cada momento dessa busca, um aprendizado do novo jeito de ser.

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